29 julho 2011

dilemas da identidade


Na medida em que a tradição perde a força como fonte de conhecimentos, de modelos e regras, aumenta a reflexividade, já que tudo precisa ser pensado, ponderado e avaliado antes que as escolhas sejam feitas. Assim, as pessoas tendem a se sentir cada vez mais inadequadas, ao não saberem se as opções que fazem são “certas”, “saudáveis” ou “politicamente corretas”. O mais grave de tudo é que as dúvidas estendem-se inclusive sobre a representação que cada um constrói sobre si mesmo ao longo da vida, ameaçando a sua segurança ontológica: a segurança de sabermos quem somos, o que pensamos, como agimos, e assim por diante.

Trecho de Os outros que somos: dilemas da identidade contemporânea. Lançamento em breve pela Editora Unisul.


5 comentários:

LesPaul disse...

Caro Ercy
Há muito longe das postagens volto pra dizer que não esqueci o livro "BORGES, Um Giróvago" que te prometi. Ultrapassados ventos contrários e marés difíceis que atravessam as canoas que singram os mares de todos nós, deixo a lembrança com respeitoso agradecimento pelas participações no MAISBARULHO em tempos que me foram particularmente bicudos.

Carla disse...

A outra face da mesma moeda:
Atualmente vivo sob a condição oposta, onde a tradição é mantida de tal forma que ponderar e decidir diferente ameaça a segurança padrão... e assim, experiencio a minha própria segurança e pensamentos serem desacreditados pelos modelos pré-definidos.

Estou ansiosíssima por "devorar" este livro... já sou fã dele antes do lançamento :)

Ercy Soar disse...

Prezado LesPaul,
agradeço o teu muito gentil comentário, e a lembrança... Eu também, como vc pode ver, não tenho frequentado muito o blog. Te convido desde já para o lançamento do meu livro, que deverá ocorrer no dia 15 de setembro, ocasião em que vc poderá me entregar o prometido (e aguardado) presente sobre o notável giróvago. Abraço.

Ercy Soar disse...

Carla,
o que vc diz remete à complexidade da vida contemporânea, especialmente no que se refere às tensões entre os aspectos globais e locais, às rápidas mudanças culturais e as correspondes reações de apego às tradições... Isso deve ser particularmente notado num país tão conservador quanto Portugal, em processo de rápidas transformações e modernização.
Que bom que vc me dá este feed-back tão positivo sobre o livro. Espero que ele encontre a mesma acolhida entre os leitores futuros. Bj

Tais disse...

Percebemos a consciência atraves da culpa e inocência...Atraves desses sentimentos opostos sentimos o que essa consciência exige de nós e também percebemos se somos conformes a essa consciencoia ou não. Se segimos, sentimo-nos inocentes, se não seguimos , sentimo-nos culpados.. Vivemos sistemicamente e estamos inseridos nas historias de nossas familias desta forma.
Assim como a Carla, estou ansiosa para ler seu livro! Bom dia