22 fevereiro 2009

fritz müller e darwin


Este post foi publicado pelo Tambosi, a propósito de matéria publicada na National Geographic brasileira, e tomo a liberdade de transcrevê-lo.


A edição brasileira da revista National Geographic traz neste mês uma série de matérias sobre os 200 anos de Darwin. Numa delas, lembra - com justiça - um grande colaborador do cientista britânico: Fritz Müller, o naturalista alemão que viveu em Blumenau (SC) e testou pela primeira vez no Brasil a teoria da evolução. (Já me referi a ele aqui, no ano passado).

Ele costumava vestir seus trajes de perambular pelo mato: um facão e uma lata pendurados na cintura, além de um longo cajado. Daí caminhava sem sapato, como gostava, até a praia para capturar caranguejos. Não fazia isso por lazer. Muito menos os animais que encontrava na areia eram levados a sua mulher, Karoline, para preparar o almoço.

Seus propósitos eram outros. O naturalista Fritz Müller era um sujeito com ideias arrojadas, sobretudo para o fim do século 19 no arcaico sul do Brasil, povoado por pioneiros europeus, conforme contextualiza Moacir Werneck de Castro na biografia de Müller, O Sábio e a Floresta. Naquele verão, ele tinha decidido realizar um experimento que colocaria à prova teorias do inglês Charles Robert Darwin, lançadas em livro na Inglaterra menos de dois anos antes. Em A Origem das Espécies, Darwin chegou a assumir que haveria "repugnância natural" para os leitores aceitarem uma das suas teses: a de que uma espécie daria origem a outra distinta. O inglês solicitava no livro o envolvimento de outros naturalistas para que eles estudassem, imparcialmente, os dois lados dessa questão. Müller não pensou duas vezes: encarou como uma oportunidade e resolveu colaborar com Darwin. (Continua).


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