No momento em que o debate entre criacionismo e evolucionismo ganha as ruas, ressucitado pelo bicentenário de nascimento de Darwin, aconteceu de ter encontrado uma referência à conferência "Porque não sou cristão", proferida pelo filósofo e matemático inglês Bertrand Russel em 1927, e publicada em 1957. Quem a menciona é Philip Roth no livro Indignation (post de 02/10/08), ainda não publicado no Brasil.
Nela, Russel, que se destacou por sua contribuição ao campo da lógica, discute cinco argumentos em defesa de seu ponto de vista, de rejeição tanto a Deus quanto ao cristianismo. São eles:
Encontrei uma tradução no site Filosofia & Educação - uma escola para o século XXI, e transcrevo aqui apenas o primeiro tópico de sua contra-argumentação:
Nela, Russel, que se destacou por sua contribuição ao campo da lógica, discute cinco argumentos em defesa de seu ponto de vista, de rejeição tanto a Deus quanto ao cristianismo. São eles:
O argumento da causa primeira
O argumento da lei natural
O argumento do plano ou teleológico
O argumento moral a favor da divindade
O argumento da reparação da injustiça
Encontrei uma tradução no site Filosofia & Educação - uma escola para o século XXI, e transcrevo aqui apenas o primeiro tópico de sua contra-argumentação:
O argumento da causa primeira
O argumento da causa primeira é talvez o mais simples e o de mais fácil compreensão. (Mantém que tudo o que existe no mundo tem uma causa, e que percorrendo a cadeia de causas se chegará fatalmente à causa primeira, a que se dá o nome de Deus). Este argumento, suponho, não pesa demasiado na nossa época, porque, entretanto, a noção de causa não é a mesma de outrora. Os filósofos e cientistas têm estudado esse conceito e ele não possui actualmente a força que se lhe atribuía; mas, no entanto, podereis verificar que o argumento da causa primeira é daqueles que não possui qualquer validade. Devo dizer-vos que, quando era jovem e debatia estes problemas muito seriamente comigo próprio, aceitei por largo tempo o argumento da causa primeira, até que um dia, pelos meus dezoito anos, lendo a Autobiografia de Stuart Mill, descobri esta frase: "Meu pai ensinou-me que a pergunta "Quem me criou?" não comporta qualquer resposta porque imediatamente ela levantaria outra interrogação: "Quem criou Deus?" Esta frase tão simples revelou-me, como ainda creio, a falácia do argumento da causa primeira. Se tudo deve ter uma causa também Deus a deve possuir; e se algo existe sem causa tanto pode ser o mundo como Deus ― razão da inutilidade desse argumento. Ocorre-me a história do indiano que afirmava estar o mundo assente num elefante e este sobre uma tartaruga; e quando se pergunta: "E a tartaruga?" o indiano responde: "E se mudássemos de assunto?" Na verdade o argumento não tem mais valor do que este.Não há razão para que o mundo não tenha nascido sem causa; nem, além disso, e por outro lado, que não tenha existido sempre. A ideia de que as coisas devem ter um começo é uma opinião resultante da pobreza da nossa imaginação. Assim não me parece ser necessário ocupar mais tempo com o argumento da causa primeira.
(Leia o artigo inteiro aqui)
No mesmo site, artigo de Richard Dawkins, A ciência é uma religião?
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