Marcel Proust (Auteuil, julho de 1871 — Paris, 18 de Novembro de 1922 ), Portrait de Jacques-Emile Blanche
La chambre de Marcel Proust . "Proust ficava no leito, acabrunhado pela nostalgia, nostalgia de um mundo deformado pela semelhança, no qual irrompe à luz do dia o verdadeiro rosto da existência, o surrealista" (W. Benjamin).
Um caminho que aparece na obra. Em Combray, a cidade da infância.
La maison de tante Léonie - La recherche du temps perdu.
Ultimo parágrafo de No Caminho de Swann, primeiro volume de Em Busca do Tempo Perdido:
"[...] A natureza recomeçava a reinar sobre o Bois, de onde se
alara a idéia de que era o Jardim Elísio da Mulher; acima do moinho falso, o verdadeiro céu era cinzento; o vento enrugava o Grande Lago em pequeninas vagas, como um lago; grandes pássaros cruzavam rapidamente o Bosque, como a um bosque, e soltando gritos agudos, pousavam um após outro nos grandes carvalhos que, sob a sua coroa druídica e com uma majestade dodônea, pareciam proclamar o vazio inumano da floresta desapropriada, e me ajudavam a melhor compreender a contradição que existe em procurar na realidade os quadros da memória, aos quais faltaria sempre o encanto que lhes vem da própria memória e de não serem percebidos pelos sentidos. A realidade que eu conhecera não mais existia. Bastava que a sra. Swann não chegasse exatamente igual e no mesmo momento que antes, para que a avenida fosse outra. Os lugares que conhecemos não pertencem tampouco ao mundo do espaço, onde os situamos para maior facilidade. Não eram mais que uma delgada fatia no meio de impressões contíguas que formavam a nossa vida de então; a recordação de certa imagem não é senão saudade decerto instante; e as casas, os caminhos, as avenidas são fugitivos, infelizmente, como os anos."
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