O tema surgiu na Lista Brasileira de Psiquiatria, e alguém enviou esta citação sobre as diferenças entre os dois termos:
A culpa diz que fiz algo errado; a vergonha diz que há algo errado comigo. A culpa diz que cometi um erro; a vergonha diz que sou um erro. A culpa diz que algo que fiz não era bom; a vergonha diz que eu não sou bom (Bradshaw, 1988).
Segundo a teoria psicanalítica, a culpa é o produto da ação do superego, ou seja, da parte do "eu" que guarda o conjunto de normas e preceitos morais, aprendidos ao longo do desenvolvimento. É o superego que nos diz, em resumo, o que é certo e errado. Quando fazemos algo que o superego nos diz ser errado, sentimos culpa e ansiedade, que é a expressão de um temor de punição. É o superego e, portanto, o sentimento de culpa, que faltam aos psicopatas ou sociopatas, que são capazes de fazer mal aos outros e à sociedade sem qualquer remorso.
A vergonha, segundo esse mesmo modelo teórico, está associada à uma parte do "eu", ou, em outras palavras, uma instância psíquica, denominada de ideal do ego. Este é o modelo que temos daquilo que gostaríamos de ser. É o conjunto de idealizações que fazemos sobre os atributos (físicos, intelectuais ou morais) que desejamos para nós mesmos. É o ideal de ego que regula, portanto, o nosso narcisismo, ou seja, o quanto temos ou carecemos de amor-próprio, de auto-estima. Quando falhamos em atingir, ou nos aproximarmos desse ideal, dependendo de quanto temos segurança de nossos próprios valores, sentiremos maior ou menor vergonha.
Ambos os sentimentos devem estar presentes na personalidade madura, e são fundamentais para o nosso desenvolvimento pessoal e para as relações interpessoais. Quando em excesso, entretanto, podem gerar grande sofrimento. As patologias da culpa são aquelas caracterizadas pela ansiedade, pelo medo e pela depressão. A vergonha excessiva está relacionada às patologias narcísicas, à baixa auto-estima, e também à depressão.
(Para ler sobre o ciúme)
2 comentários:
A culpa = sentir-se responsavel por algum erro cometido se o erro for realmente grave, ainda da pra entender.Mas dizer que vergonha significa que a pessoa não bom,não concordo mesmo!Claro não sou a ciencia infuse, mas não concordo!
O Dr. Não poderia ter sido mais elucidativo. Um dos primeiros princípios da psicologia é que o homem é produto do meio. As influências familiares e sociais em nossa infância e juventude serão determinantes para moldar nosso caráter pelo resto da vida... David O'Mackay, profeta e filósofo mórmon disse que em nossos primeiros quatro anos de vida é o tempo em que aprendemos, mais do que no resto da vida ... Após criado o estereótipo daquilo que viremos a ser de positivo, todas as vezes que tomamos atitudes e decisões que contrariam esta maneira de ser positiva, poderá resultar na culpa e na vergonha. O Eu Maior, que o doutor atribui a qualidade de superego apropriadamente, é amplamente discutido nos meios filosóficos, como a natureza divina do ser humano, e todas as vezes que nos comportamos inadequadamente em relação a esta divindade, pagamos caro em formas de culpa e vergonha. Há não ser nos casos de psicopatologia, como explicado no texto, os danos causados pela culpa e pela vergonha são difíceis de serem extirpados do protótipo inicial de perfeição que sonhamos para nós.O melhor meio para atingirmos a compreensão de que devemos superar os efeitos do nosso mau comportamento, é tomarmos consciência que acima de tudo somos humanos e suscetíveis a erros e imperfeições e, através do autoconhecimento, descobrirmos que vivemos em um plano de aprendizado. Apesar dos sofrimentos causados pelos erros, eles são essenciais para analisarmos a nossa própria psique e evoluirmos para não errarmos mais. Sou Aloisio Santos frc, Escritor, Colunista do Jornal do ABC, Pesquisador de ocultismo e espero ter contribuído com esta magnífica matéria.
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