22 novembro 2006

A hora da estrela


1977

Clarice Lispector escreve um livro para crianças, que seria publicado em 1978, sob o título Quase de verdade. Escreve, ainda, doze histórias infantis para o calendário de 1978 da fábrica de brinquedos "Estrela", intitulado Como nasceram as estrelas. Vai à França e retorna inesperadamente. Publica A hora da estrela, pela José Olympio. Esse livro seria adaptado para o cinema, em 1985, por Suzana Amaral. A editora Ática lança nova edição de A legião estrangeira. Clarice morre, no Rio, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário vitimada por uma súbita obstrução intestinal, de origem desconhecida que, depois, veio-se a saber, ter sido motivada por um adenocarcinoma de ovário irreversível.
Frases de A hora da estrela
Sobre a vida:
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o que, mas sei que o universo jamais começou.
Sobre identidade:
Então defendia-se da morte por intermédio de um viver de menos, gastando pouco de sua vida para esta não se acabar. Essa economia lhe dava alguma segurança pois, quem cai, do chão não passa. Teria ela a sensação de que vivia para nada? Nem posso saber, mas acho que não. Só uma vez se fez uma trágica pergunta: quem sou eu? Assustou-se tanto que parou completamente de pensar.
Mas vivia de tanta mesmice que de noite não se lembrava do que acontecera de manhã. Vagamente pensava de muito longe e sem palavras: já que sou, o jeito é ser.
Sobre escrever:
Ainda bem que o que eu vou escrever já deve estar de algum modo escrito em mim. Tenho é que me copiar com uma delicadeza de borboleta branca.

Para saber mais sobre Clarice Lispector clique aqui.

Adendo de 21/05/2010:
Excelente a biografia recém-lançada no Brasil, Clarice, do escritor americano Benjamin Moser. Mais sobre o livro e a escritora no blog da editora CosacNaify.



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